Lídia Lemos
(31/01/2011 16:44)
Centenas de pessoas que trafegam pela Rua do Comércio na tarde desta segunda-feira (31) pararam para observar e expôr sua opinião sobre o protesto realizado pelo Movimento de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transsexuais (LGBT), na capital alagoana. O grupo de homossexuais protestam contra a homofobia e a favor da união civil gay no estado.
Os curiosos que passavam pelo calçadão olhavam atentamente, aplaudiam e apoiavam a causa, a exemplo da dona de casa Givalda Silva dos Santos que é contra o preconceito contra os homossexuais. "Qualquer tipo de preconceito é errado e matar por preconceito não existe. Se a atitude deles é errada não cabe a nós julgamos, e sim, a Deus", ponderou.
Lídia Lemos |
Populares observam e opinião sobre protesto do Movimento LGBT |
O protesto divulga fotografias de homossexuais brutalmente assassinados, cujos casos ainda não foram solucionados pela Polícia Civil Alagoana. Segundo Dino Alves, do Pró-Vida LGBT, o preconceito ainda é o maior problema dos homossexuais. "Precisamos levar a sério os crimes contra homossexuais. Em Alagoas parece brincadeira matar gay, já que ninguém é severamente punido. Os familiares das vítimas esquecem e os culpados não são punidos", lamentou Dino Alves, pedindo celeridade nas investigações dos crimes.
Lídia Lemos |
"Queremos que as autoridades reconheçam a criminalização da homofobia. Percebemos quando o crime é praticado com gays pelo requinte de crueldade. Não é apenas matar, mas sim humilhar”, colocou Alves, lembrando do caso do gay Jaldilson Junior, assassinado no último sábado no Vergel do Lago. “Jaldilson não foi apenas assassinado. Ele foi amarrarado com fio de ferro elétrico, asfixiado, introduziram objetos no ânus dele e depois deflagraram quatro facadas. Não precisava isso”, afirmou inconformado. “Isso é cruel. Vemos no requinte de crueldade que há ódio”, emendou Dino.
Ainda de acordo com o representante da categoria, apenas este ano, quatro homossexuais foram brutalmente assassinados em Alagoas, todos com requintes de crueldade. “Precisávamos fechar esse mês triste de janeiro com um protesto. Mas não vamos parar por aqui, queremos que a sociedade entenda que só queremos viver e ser felizes”, disse o homossexual que sonha em consolidar a união estável com o companheiro Bruno Constantino. “Estamos juntos há onze meses, nossas famílias já nos aceitaram, agora será a Justiça”, celebrou.
Lídia Lemos |
Bruno e Dino são gays e estão juntos há onze meses |
PLC 122
Outro objetivo da manifestação é pressionar a aprovação do Projeto de Lei da Câmara (PLC) 122/2006, de autoria da deputada Marta Suplicy.
O projeto que torna crime a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero - equiparando esta situação à discriminação de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, sexo e gênero, ficando o autor do crime sujeito a pena, reclusão e multa, foi desarquivado por Suplicy e deve voltar à Câmara para votação, e possível aprovação.
Fonte: http://www.primeiraedicao.com.br/?pag=maceio&cod=10953
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